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 Alcongosta 

«é uma das freguesias do concelho do Fundão, no distrito de Castelo Branco e dista da sede concelhia cerca de 4 quilómetros; o seu orago é Nossa Senhora da Anunciação, celebrada todos os anos no segundo Domingo de Setembro.

Alcongosta é um interessante topónimo, pois ao nome de origem latina "congosta", que deriva do baixo-latim "canal angusta", significando "canal estreito", foi acrescentado do prefixo árabe "al-". Este topónimo existiu também como "Congosta", tendo sido desta forma registada a freguesia nos finais do século XIII, nas Inquirições de D. Dinis; assim, a natureza do topónimo desta freguesia dá a entender que a designação de Alcongosta é anterior à Nacionalidade, sendo devida às populações moçarábicas, assim se explicando o artigo "al-". Esta região onde se insere a freguesia é arqueologicamente bem documentada, existindo desde vestígios materiais de povos pré e proto-históricos, a fortificados castrejos e edificações dolménicas. Situada em plena Serra da Gardunha e protegida pelos cumes vizinhos que forneciam fácil defesa e abrigo às populações primitivas, a freguesia de Alcongosta foi repovoada nos finais do século XII, juntamente com Covilhã, em cujo termo se situava, embora não se tratasse de um repovoamento efectuado por este concelho, visto que Alcongosta foi desde cedo honra que não fazia foro à vila nem à coroa. As Inquirições de 1290 afirmam que neste ano a aldeia de "Congosta" que fora sempre trazida por honra, era então de vários fidalgos: D. Lourenço Soares, D. Urraca, João Esteves e a Ordem do Templo. Esta honra foi considerada legítima por D. Dinis que ordenou que assim se conservasse.
De facto, nas Inquirições de 1395, D. João I, demarcando o reguengo de Alcambar, deu-lhe por limite, em certa parte, a localidade de Alcongosta que ainda naquela época não aparecia reguenga. A sua instituição paroquial deve remontar ao século XIII, sob o padroado real .
Os motivos de interesse da freguesia são vários, desde o património cultural e edificado de que é dotada.
Uma das curiosidades desta povoação foi a "Árvore Gigante de Alcongosta" que morreu por volta de 1920: toda a encosta da freguesia era, em tempos, revestida por enormes castanheiros; contudo, aquele se destacou. Era também conhecido por "Castanheiro Grande", o seu tronco media 18 metros de perímetro e a copa 20 metros de diâmetro. Apesar de já não existir, ficou imortalizado na magnífica obra de Sousa Pimentel: "As árvores gigantes de Portugal".»

Fonte: Resumo Histórico para os Símbolos Heráldicos

Revista Brotéria, Vol. III, 1904 (Árvores e Florestas de Portugal - Volume 5) 



Cultura castreja

Os castros eram povoados fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a sua defesa. Tinham também que dispôr de acesso fácil a recursos alimentícios e água, pelo que se situavam habitualmente entre a zona de montes e prados e a de bosque e cultivos. Existiram castros de muitos tamanhos e tipos; entre estes destacam-se os da costa e os do interior.

As plantas destes assentamentos são redondas: mais ou menos circulares ou ovaladas. No seu interior as construções, nas quais também dominam as formas circulares ou elípticas, distribuem-se sem ordem aparente, ainda que é possível que existisse algum tipo de organização e que os agrupamentos respondessem a algum tipo de função que se desconheça hoje.

Ainda que não se sabe exactamente o seu número; a quantidade total, para todo o território do noroeste, devia rondar os 4000 ou 5000, o que indica uma elevada densidade de povoação para a época.

"Durante dois terços do ano, os castrejos alimentam-se de bolotas, que secam e trituram e, depois, moem para fazer pão, que conservam por muito tempo" 


Estrabão, Geografia, III, 3, 7

Os povos castrejos (já conhecidos pelos Gregos com o nome de "Kallaikoi", ou seja, Galaicos) foram definitivamente derrotados pelos Romanos no ano 19 a.C., invadidos desde a Lusitânia pelas tropas de Décimo Júnio Bruto, o Galaico. Os Romanos organizavam os territórios que dominavam em províncias, subdivididas em diocesesconventusmunicípios, e outras fórmulas, o que lhes permitia uma melhor administração, arrecadar impostos, exercer a justiça ou manter a segurança interior e exterior. Nos quase cinco séculos de dominação romana, o noroeste peninsular passou por diferentes fórmulas organizativas.

Provavelmente os romanos tiveram em conta a homogeneidade e particularidade cultural anterior à conquista. Porém, a Gallæcia romana (Galécia) ocupava, aproximadamente, a área cultural castreja que era bastante mais ampla que o território compreendido dentro dos limites administrativos da Galiza actual.

Para controlar a província romana da Gallæcia também se serviram da organização preexistente, uma organização caracterizada pela existência de diferentes povos (populi), cada um deles integrado à sua vez por um certo número de núcleos de povoação (os castros).
A cultura castreja, no período final, caracterisa-se pelas monumentais esculturas em granito. Estas esculturas representam heróis ou príncipes – os guerreiros galaicos – e berrões que provavelmente tinham uma função protectora. A joalharia castreja apresenta influências Mediterrâneas e da Europa central e são característicos o torque e os brincos.

Fonte: Wikipédia

Igreja Matriz de Alcongosta

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