Cultura
castreja
Os castros eram povoados
fortificados situados num lugar estratégico para facilitar a sua defesa. Tinham
também que dispôr de acesso fácil a recursos alimentícios e água, pelo que se
situavam habitualmente entre a zona de montes e prados e a de bosque e
cultivos. Existiram castros de muitos tamanhos e tipos; entre estes destacam-se
os da costa e os do interior.
As plantas destes assentamentos são
redondas: mais ou menos circulares ou ovaladas. No seu interior as construções,
nas quais também dominam as formas circulares ou elípticas, distribuem-se sem
ordem aparente, ainda que é possível que existisse algum tipo de organização e
que os agrupamentos respondessem a algum tipo de função que se desconheça hoje.
Ainda que não se sabe exactamente o
seu número; a quantidade total, para todo o território do noroeste, devia
rondar os 4000 ou 5000, o que indica uma elevada densidade de povoação para a
época.
"Durante dois terços do ano, os
castrejos alimentam-se de bolotas, que
secam e trituram e, depois, moem para fazer pão, que conservam por muito
tempo"
Estrabão, Geografia, III, 3, 7
Os povos castrejos (já conhecidos
pelos Gregos com o nome de "Kallaikoi",
ou seja, Galaicos) foram definitivamente derrotados
pelos Romanos no ano 19 a.C., invadidos
desde a Lusitânia pelas
tropas de Décimo
Júnio Bruto, o Galaico. Os Romanos organizavam os
territórios que dominavam em províncias,
subdivididas em dioceses, conventus, municípios, e outras fórmulas, o que lhes
permitia uma melhor administração, arrecadar impostos, exercer a justiça ou
manter a segurança interior e exterior. Nos quase cinco séculos de dominação romana, o noroeste peninsular
passou por diferentes fórmulas organizativas.
Provavelmente os romanos tiveram em
conta a homogeneidade e particularidade cultural anterior à conquista. Porém, a Gallæcia romana
(Galécia) ocupava, aproximadamente, a área
cultural castreja que era bastante mais ampla que o território compreendido
dentro dos limites administrativos da Galiza actual.
Para controlar a província romana da Gallæcia também
se serviram da organização preexistente, uma organização caracterizada pela
existência de diferentes povos (populi), cada um deles integrado à sua
vez por um certo número de núcleos de povoação (os castros).
A cultura castreja, no período final, caracterisa-se pelas monumentais
esculturas em granito. Estas esculturas representam heróis ou príncipes – os
guerreiros galaicos – e berrões que
provavelmente tinham uma função protectora. A joalharia castreja apresenta
influências Mediterrâneas e da Europa central e são característicos o torque e
os brincos.
Fonte: Wikipédia